Me pego, então, ouvindo
Os silvos da saudade
Me assobiando falta
Denunciando a crise
Antes de corar o céu
Vem e me arranca o véu
De moça que já sabe o que quer
Deixa eu me entregar, seja como for
Sou o que você quiser
Mesmo que se deite ao léu
Tire o meu desejo do papel
Faça-me ruir, roer, gemer de dor
Tire bom proveito, não vejo defeito
Em ceder sem ter amor
(Elisa Fernandes)
Vivia sem rumo calado
Sofrendo, magoado
E sem perceber
Fui me escondendo e matando
Aos poucos meus planos
Pra não te perder
Mas algo em mim acordou
Me fez querer renascer
Vi que não tinha motivos
Pra tanto sofrer
Nossa história acabou
Cansei do teu vaivém
Teu pouco caso me ensinou
Que ninguém é de ninguém
Você mesma confessou
Que já tem um outro alguém
Covardia imperou
Não me quer?
Saravá, paz e bem
Não me quer?
Saravá, paz e bem
Não me quer?
Saravá, paz e bem
Não me quer?
Saravá, paz e bem
Eu te dei tanto amor
Cê só me deu desdém
Não me quer?
Saravá, paz e bem
Não me quer?
Saravá, paz e bem
Não me quer?
Saravá, paz e bem
Não me sinto tão só
Não sou mais teu refém
(repete toda)
Agora eu vivo melhor
Não sou mais do teu harém
Me livrei de todo mal
Paz e bem, saravá e amém
Feita em 09/12/2013
Não, não vê, tô aflito
Não vê que é ruído
O que o outro falou
Não, não vejo sentido
Pra que dar ouvido
A quem tanto te julgou
Não, não vê que a maldade
Que enterra as verdades
Agora te encontrou
Não, não pense que é tarde
Meu corpo aqui arde
Ao pensar que acreditou
Deixe o vazio desse ser pra lá
Não há motivos pra querer me condenar
Só te dei, meu amor, o melhor de mim
Nunca quis nada além de te ver bem
Tá na cara, tá doendo mais em mim
Pra você, de repente, já nem valho mais
Sou um caso sério, um velho mistério
Alguém que preferiu deixar pra trás
Deixa assim, fica bem
Vai ser melhor
Deixa estar que a dor cicatrizará
Já não tem mais talvez e nem por que
É melhor terminar a adoecer
Deixa a brisa secar a lágrima
Deixa o orvalho na pele diluir
A tristeza que aflora agora
Apura os fatos
Pra eu me reconstruir
Cansei de ser opção
Melhor rever o viés
Eu já sambei no teu G.R.E.S.
Me enganei, pensei ser bamba
Hei de ver através
Da cortina do amor
Vi da coxia, teu peito ator,
Encenar uma nova história
Mesmo que imprecisos,
Recados, ruídos
Não há nem um dia
Que eu não saiba de ti
Saliva os sentidos
Aguça os ouvidos
Me dá sustenidos
Até posso ouvir
Tua voz a cantar
O melhor dos refrões
Quero estudar teu bioma
E o teu idioma
Pra te decifrar
Quero te fazer poema
Com trema ou sem trema,
Bilingue, bipolar
Quero os acordes mais vivos
Nas noites mais lindas de Poraniuã
Quero filmar o momento preciso
Em que entras no meu cardigã
Carroça, ribeirinha, mato verde
E o moço da viola
Que tocava sem parar
Fogueira, soneca na rede
Festa o dia inteiro
Sem ter hora pra acabar
Seu Chico fez sua morada
Na Rua das Dálias
Deu o nome do lugar
Teresa fazia quitutes
E esperava a criançada
Fim de tarde pra lanchar
E a cidade toda se encontrava antes
De cair a luz que o lampião vinha imitar
E era doce a vida de seus habitantes
Que faziam de Roseira o melhor lugar
Era inevitável ser feliz ali
Só não foi feliz quem não quis
Era a fantasia na realidade
Lacrimejei, deu saudade
Erro o erro
O erro é meu
Se fosse acerto
Seria o teu
Teu recomeço
O meu no teu
Teu eu no lugar
Do meu
Vou do meu meio
Pro meio teu
Atrás do seio
Mora o teu
Coração que é meu
Me destempero
Com o erro meu
Me desespero
Não era eu
Não sou quem quero
Mas sou seu
Me encontro e erro
O amor é meu
Me fecho e encerro
O que se perdeu
Em tanto berro
Do meu, do teu,
Ficou, espero,
O amor que é teu
Pois o meu me doeu
Maria da Penha apanhou
Deixou de andar
Para o povo entender sua dor
Lutou por limites, tentando evitar
Que o amor vire fogo e o rancor
Venha então atear
A chama que mata não é bom calor
E me põe a chorar
Quantas vidas Marias deixaram de ser
De viver, de amar
Pra mudar é preciso doer
Uma dor que até pode matar?
Quem não sentiu na pele o ardor
Quem não estava lá
Viu queimar no peito o temor
De não saber como será
É preciso mudar agora
Deixe o mundo que é seu lá fora
Tanta gente bonita não vai viver a vida senhora
E o descaso não pode vigorar
E a ganância não pode machucar
Uma gente que só se reuniu pra festejar
*Infelizmente inspirado em http://oglobo.globo.com/pais/incendio-em-boate-deixa-mortos-feridos-em-santa-maria-no-rs-7407490 e http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_da_Penha
Se não faz voar
Faça aplaudir
Se não faz cantar
Faça achar o tom
Se não faz chover
Faça então sorrir
Deixa entrar o vento
Deixa fluir
Se o tempo corre
Faz movimentar
Vai vivendo a vida
Não a Deus dará
Dê um assobio
Para alguém te ouvir
Conte suas histórias
Mas sem inventar
Não faça ruído
Se quiser sair
Deixa a porta aberta
Pra facilitar
Quando voltar
Deixa a porta aberta
Pra facilitar
Quando voltar
Deixa a porta aberta
Pra facilitar