Me pego, então, ouvindo
Os silvos da saudade
Me assobiando falta
Denunciando a crise
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Não, não vê, tô aflito
Não vê que é ruído
O que o outro falou
Não, não vejo sentido
Pra que dar ouvido
A quem tanto te julgou
Não, não vê que a maldade
Que enterra as verdades
Agora te encontrou
Não, não pense que é tarde
Meu corpo aqui arde
Ao pensar que acreditou
Deixe o vazio desse ser pra lá
Não há motivos pra querer me condenar
Só te dei, meu amor, o melhor de mim
Nunca quis nada além de te ver bem
Tá na cara, tá doendo mais em mim
Pra você, de repente, já nem valho mais
Sou um caso sério, um velho mistério
Alguém que preferiu deixar pra trás
Deixa assim, fica bem
Vai ser melhor
Deixa estar que a dor cicatrizará
Já não tem mais talvez e nem por que
É melhor terminar a adoecer
Deixa a brisa secar a lágrima
Deixa o orvalho na pele diluir
A tristeza que aflora agora
Apura os fatos
Pra eu me reconstruir
Cansei de ser opção
Melhor rever o viés
Eu já sambei no teu G.R.E.S.
Me enganei, pensei ser bamba
Hei de ver através
Da cortina do amor
Vi da coxia, teu peito ator,
Encenar uma nova história
Mesmo que imprecisos,
Recados, ruídos
Não há nem um dia
Que eu não saiba de ti
Saliva os sentidos
Aguça os ouvidos
Me dá sustenidos
Até posso ouvir
Tua voz a cantar
O melhor dos refrões
Quero estudar teu bioma
E o teu idioma
Pra te decifrar
Quero te fazer poema
Com trema ou sem trema,
Bilingue, bipolar
Quero os acordes mais vivos
Nas noites mais lindas de Poraniuã
Quero filmar o momento preciso
Em que entras no meu cardigã
Lá nos confins de tudo que vivi achei você
E lá no fim existe um novo sim que eu quero ver
E vou buscar cada segundo
Cada beijo, cada respirar
Cada lastro, cada passo, cada trato
Pra eu lembrar de nós
E vou criar um recomeço
Desenhar com pena e nanquim
E mergulhar no rascunho de mim
Me imaginar um automóvel
Um barco a vela a navegar
Pra onde eu possa me encontrar
Sozinha… e recomeçar
Agora que eu já sei de tudo
Prefiro que não fique mais
Você me magoou, o corte é fundo
E tudo que eu preciso é paz
Não venha com conversa mole
Não tente me ludibriar
Você me iludiu, tirou do norte
Não quero mais me machucar
Te peço pra não dizer nada
E pegar a estrada ao amanhecer
Suplico, saia de fininho
Não faça ruido pra eu não perceber
Não quero te ver na partida
Pois a despedida pode promover
Um erro daqueles bem grandes
E eu mudar de ideia e ficar com você
Corre, vem ver o sol
Vem contemplar o dia azul que faz
Vem sentir essa paz
Vem pra eu amar você
Vem começar a viver
Sinta os raios de luz
Se liberta da cruz
Sofrer sem precedentes
É coisa inconsequente
Vem sorrir comigo
Entrega o corpo ao sol
Estou num velho paiol
Se apronta e vem pra cá
Eu sei que vai gostar
Eu tenho um mundo lindo pra te mostrar
Mas é preciso querer se entregar
Tem tanta coisa acontecendo no mar
E você não está pronta pra navegar
Eu só queria uma chance de ser
Teu amor e poder no teu corpo morar
Vem para mim deixa eu te enlouquecer de prazer
Vou provar, você não vai querer voltar
Não acredito no amor inventado
Quem pensa o amor de véspera
Sofre dobrado
O amor já nasce amor
Não tem construção
O que aumenta com o tempo
É admiração
Não, não vou me apaixonar por você
Não, não vou fingir, não dá pra ser
Faça o favor de me esquecer
Não, não vou forçar, pois vai doer
Desculpa se o amor pra você não é assim
Entenda… um olhar faz o amor nascer dentro de mim
Inventa alguém pra te amar igual
Dispensa o método convencional
Teu português me encanta
Mas o amor vem da íris
Tua beleza espanta
Mas pra amar eu preciso de pele
Pra me entregar sem medir
Pele… preciso sentir
Pele
Outra vez o amor chegou sem dizer
E me fez apaixonar sem querer
Então, eu pedi ao coração
Pra aguentar um pouco mais
E deixar eu aprender como é que se faz
E o amor não deixou eu ficar sozinho
Me falou é melhor ter alguém no caminho
Eu queria ficar só
Eu queria ficar só
Ai, amor como é bom ter você comigo
Dessa vez acertei, encontrei um abrigo
Proteção, solução para os dias ruins
E os meus dias bons são tão bons
Agora eu sei o que é viver
E os meus dias bons são tão bons
Agora eu sei o que é viver
Laia, laia, laiala, laia
Laia, laia, laiala, laia
Eu queria ficar só
Eu queria ficar só
Olhinho azul e olhar singular
Deus me livre, quem dera
Jeitinho de freira e dinheiro pra gastar
Deus me livre, quem dera
Carro conversível e tempo pra me dedicar
Deus me livre, quem dera
Viagem pra Europa e muita história pra contar
Deus me livre, quem dera
Me livre dos anjos certinhos da vida
Não traga problemas que eu quero evitar
Se o amor tem defeitos que eu sofra em Roma
Curtindo um bom vinho das bandas de lá
Em 09/07/2012
Elisa Fernandes 